HOMENAGEM A CECILIA MANGINI


Pensar o cinema como uma ferramenta de resistência foi o que Cecilia Mangini fez ao longo de sete décadas, nos seus inúmeros documentários sobre temas urgentes, como as comunidades periféricas e marginalizadas, as a imigração, raízes do fascismo ou a injustiça social.
Destaque na filmografia da cineasta italiana tem também a condição da mulher com presença em diversos trabalhos.
O contexto histórico que viveu ao longo de 94 anos, marcado pelos grandes conflitos e crises do século XX na Europa, é observável na sua obra, de visão comprometida e muito íntima com o indivíduo e com a sociedade.
Primeira mulher a filmar documentário na Itália do pós-Guerra, Cecilia Mangini, que nos deixou no início do ano, foi sempre uma cineasta comprometida com os mais desfavorecidos e as faixas da sociedade mais marginalizadas e subalternizadas.

O Porto Femme na sua 4ª edição presta homenagem a Cecilia Mangini, uma mulher que se dedicou ao cinema e às temáticas sociais que deixou o mundo dos vivos no passado mês de janeiro, aos 94 anos.

Nascida em 1927, foi anarquista, o que acabou por se refletir no seu olhar, primeiro, na fotografia e, depois, no cinema. Nome entre os maiores do documentário em Itália, Cecilia Mangini foi a primeira mulher italiana a realizar documentários no pós-Guerra, trabalhos que definia como “libertários”. Estreou-se no cinema com um pequeno documentário, no qual contou com a colaboração de Pier Paolo Pasolini no texto de Ignoti alla Cittá (1958).

Nesta 4ª edição o Porto Femme exibirá os seguintes filmes:

Stendalì (suonano ancora), 1960
La briglia sul collo, 1974
Maria e i giorni, 1959, 11 min